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Tratamento Maconha


Histórico

As primeiras evidências da inalação de cannabis são datadas do terceiro milênio a.C., tal como indicado pelas suas sementes de cannabis que foram encontradas em um sítio, onde hoje é a Romênia. Os mais famosos usuários de maconha daquele tempo eram os hindus da Índia e do Nepal, os quais deram o nome de ganjika à erva.

A cannabis também foi utilizada pelo povo assírio, que descobriu as suas propriedades psicoativas através dos arianos. Era utilizada em algumas cerimônias religiosas, onde era chamada qunubu (que significa "caminho para a produção de fumo"), provável origem da palavra moderna cannabis. A maconha também foi introduzida pelos arianos aos cítios e trácios/dácios, e os xamanes queimavam flores da cannabis para induzir um estado de transe. Os membros do culto de Dionísio, também inalavam maconha durante as missas.

Hoje, a utilização recreativa da cannabis no mundo ocidental impulsiona uma considerável procura da droga. Ela é a colheita lucrativa com maior dimensão nos Estados Unidos, gerando um valor estimado em US$36 bilhões no mercado. A maior parte do dinheiro não é gasto no cultivo e produção, mas no contrabando e fornecimento para os compradores.
Os estudos demonstram que a maconha é a droga ilícita mais traficada e mais produzida. Todavia, não é a maconha que gera maior demanda para tratamento. Este, por sua vez, é feito de maneira diferenciada nesses casos, havendo promoção da reflexão do paciente.

Maconha – Tipos:

A maconha é extraída da planta cannabis sativa. O skunk é a forma artificial da maconha. Outra modalidade da maconha é o haxixe, sendo de 5 a 10 vezes mais potente que a droga comum. O óleo de hash é ainda mais forte, sendo outra versão da droga.

Maconha – Consumo:

Estima-se que 3,9% da população mundial já consumiu maconha. No Brasil, é no Sul e no Sudeste onde a maconha é mais consumida – inclusive de uso frequente. O uso do skunke e haxixe, no país, ainda é pouco.

A maconha é fumada, mas pode ser misturada com biscoito ou bolo, assim como o haxixe. O óleo de hash é utilizado em cigarros ou cachimbo, pingando-se algumas gotas. Há, também, a ingestão através de chá.

Maconha – efeitos:

A cannabis produz efeitos psicoativos e fisiológicos quando consumida. A quantidade mínima de THC para poder notar-se um efeito perceptível é de cerca de 10 microgramas por quilo de peso corporal. O uso abusivo provoca, além de uma mudança na percepção subjetiva, aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão do sangue, diminuição da coordenação psicomotora, e perda de memória (alterações mais comuns de curto prazo, físicas e neurológicas).

Efeitos psicoativos - Embora muitos fármacos claramente a inserem na categoria de qualquer estimulante, sedativo, alucinógeno, ou antipsicótica, a cannabis contém tanto THC quanto canabidiol (CBD), os quais fazem parte da propriedade dos alucinógenos e principalmente estimulantes.
Estes efeitos são:

Gerais: relaxamento, euforia ligada ao riso descontrolado, pupilas dilatadas, conjuntivas avermelhadas, boca seca, aumento do apetite, rinite, faringite, fadiga crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça e irritabilidade.
Neurológicos: comprometimento da capacidade mental, alteração da percepção, alteração da coordenação motora, maior risco de acidentes, voz pastosa (mole), alterações de memória e da concentração, alteração da capacidade visual e alteração do pensamento abstrato.
Psíquicos: despersonalização, ansiedade/confusão, alucinações, perda da capacidade de insights, aumento do risco de sintomas psicóticos entre aqueles com história pessoal ou familiar anterior, depressão e ansiedade, mudanças rápidas de humor, irritabilidade, ataques de pânico, tentativas de suicídio e mudanças de personalidade.
Cardiovasculares: aumento dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial.
Respiratórios: tosse seca, dor de garganta crônica, congestão nasal, piora da asma, infecções frequentes dos pulmões e bronquite crônica.
Reprodutivos: infertilidade, problemas menstruais, impotência e diminuição da libido e da satisfação sexual.
Sociais: isolamento social e afastamento do lazer e de outras atividades sociais.
Abaixo segue uma foto da Uniad/Unifesp que relaciona todos os efeitos agudos e crônicos da maconha

Tratamento maconha – Efeitos do uso da maconha na cognição e contribuições da neuropsicologia:

Bem se sabe que o uso da maconha afeta, diretamente, tanto o lado físico e motor quanto o lado psíquico. As pesquisas vêm demonstrando que a maconha afeta, sobretudo, as funções cognitivas: percepção visual, auditiva e tátil. Afeta, também, as chamadas funções executivas: capacidade de resolver problemas ou estabelecimento de objetivos. A memória também é afetada, assim como a orientação (consciência de si em relação ao que lhe cerca), atenção (distração) e percepção (capacidade de reconhecimento).

Estudos feitos com usuários de maconha apuraram outras consequências do uso da droga, como o aumento da frequência cardíaca, diminuição na velocidade de respostas – apesar de a performance não ter sido alterada. Também se notou aumento do fluxo sanguíneo, dificuldade de atenção e possibilidades de haver alucinações ou ilusões visuais e auditivas. Em suma, o uso da droga altera o tempo de execução e o modo do desempenho, isto é, a qualidade do ato executado.

Há que se ressaltar, ainda, que o uso da maconha pela mulher gestante gera danos ao feto, fazendo com que esse indivíduo tenha prejuízos futuros relativos à memória visual, análise e integração de dados.

Os dependentes da maconha, de conduta depressiva, irritável, impulsiva, descontrolada e deficiente são indivíduos que, inicialmente, negam a doença e se deixam levar pela recompensa imediata da droga, ignorando as consequências negativas em longo prazo.

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